No último dia 30, mais uma pesquisa foi dedicada ao campo de intervenção social da Educomunicação no Brasil. Com o título “Mar à vista da Educomunicação Socioambiental: apropriações socioambientais da zona costeira no Circuito Tela Verde (edição de estreia)”, a discente Rachel Hidalgo e o orientador Prof. Dr. José Vicente de Freitas do Programa de Pós-Graduação em Educação Ambiental da Universidade Federal do Rio Grande – PPGEA/FURG, no Rio Grande do Sul, desenvolveram dissertação de mestrado sobre produções audiovisuais que têm como foco principal temáticas socioambientais e que foram difundidas pelo Ministério do Meio Ambiente em todo território nacional por meio de política pública.
O trabalho está localizado na interface entre a Educação Ambiental, Educomunicação e a Produção Audiovisual, buscando atribuir sentidos às apropriações socioambientais de grupos sociais das Baixadas Litorâneas do Rio de Janeiro que participaram de oficina de cinema ambiental no ano de 2007, na ocasião da exploração de petróleo na região. Os 30 filmes em curta-metragem, do gênero documentário, abordam temas como riscos e danos ambientais, comunidades tradicionais como pescadores/as e quilombolas/as, impactos causados pela indústria de petróleo e gás e outros. Com base na Pesquisa Qualitativa, o objetivo foi produzir uma reflexão apoiada no Programa de Educomunicação Socioambiental de 2008 e no Tratado da Educação Ambiental Para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global de 1992, relacionando ambos os documentos às mensagens fílmicas.
Participaram da banca de defesa do mestrado o Prof. Dr. Claudemir Edson Viana, coordenador da Licenciatura em Educomunicação na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, o Prof. Dr. Rafael Nogueira Costa, coordenador do Coletivo de Pesquisa em Cinema Ambiental da Universidade Federal do Rio de Janeiro (CUCA/UFRJ), o Prof. Dr. Humberto Calloni, com pesquisa direcionada para Estudos da Complexidade (PPGEA/FURG), além do orientador da pesquisa Prof. Dr. José Vicente de Freitas, consultor ad hoc de organismos internacionais e atualmente professor vinculado ao PPGEA – primeiro Programa de Pós-Graduação no Brasil com área de concentração específica em Educação Ambienral. Já o Prof. Dr. Ismar de Oliveira Soares, responsável pela criação do neologismo Educomunicação, assim como a Profa. Dra. Claudia Cousin, que atua em pesquisa de Educação e Ambiente, compuseram a banca de qualificação do trabalho.
O paradigma da Educomunicação foi firmado no Brasil após pesquisa do Núcleo de Comunicação e Educação da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo – NCE/USP nos anos 90 e tem sido fortalecido através de projetos, trabalhos de conclusão de curso, dissertações, teses, encontros e congressos que refletem e avançam sobre o conceito.
A jornalista e discente Rachel Hidalgo, que acaba de ingressar no doutorado do mesmo programa, tem como objetivo dar continuidade à investigação do tema de Educomunicação Socioambiental por meio de tese em que será produzido um longa metragem, além de produções extracurriculares que realiza através do grupo de pesquisa Ribombo, dedicado à trabalhos de Educação, Gestão Ambiental, Mudanças Climáticas e Objetivos do Desenvolvimento Sustentável em áreas litorâneas.
A dissertação de mestrado “Mar à vista da Educomunicação Socioambiental: apropriações socioambientais da zona costeira no Circuito Tela Verde (edição de estreia)” tem publicação prevista para maio de 2019 no repositório da FURG.