“O Arnesto nos convidou prum samba, ele mora no Brás. Nóis fumos, não encontremos ninguém. Nóis vortermos com uma baita de uma reiva. Da outra vez, nóis num vai mais. Nóis não semos tatu!”
O exemplo do clássico de Adoniran Barbosa mostra como a língua pode ser composta por uma série de variações. Para superar preconceitos e enxergar de forma abrangente o ato comunicativo, precisamos entender que a linguagem é uma manifestação mais ampla, com variações sociais e que não diz respeito apenas aos termos da norma culta.
Essa é a análise de Adilson Citelli, professor titular da ECA-USP. Em entrevista ao programa Diversidade em Ciência da Rádio USP, apresentado pelo professor Ricardo Alexino, Citelli discute linguagem, preconceitos linguísticos e as implicações do ensino de língua portuguesa nas escolas.
Com exemplos de Adoniran, Gal Costa, Caetano Veloso e Pena Branca e Xavantinho, ele apresenta diversas formas de operação da linguagem na música popular brasileira que ajudam a explicar as variações linguísticas do cotidiano.
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