11º USP Escola: Educomunicação é referência nos debates sobre Base Nacional Curricular Comum

NCE participa também com curso de 40 horas sobre Educomunicação
A USP (Universidade de São Paulo) recebe entre os dias 11 e 15 de janeiro o 11° USP Escola.  Projeto de Extensão Cultural, o evento oferece oportunidade de capacitação continuada para professores, pesquisadores, gestores e alunos de algumas unidades da universidade para educadores que atuam no Ensino Básico, sobretudo da rede pública.

São oferecidas diversas atividades como palestras com especialistas e gestores públicos, oficinas temáticas, visita a instituições da USP, produção e compartilhamento de conhecimentos, expressão cultural, além da oportunidade aos participantes de desfrutar do convívio entre pares e a ampliação da rede de educadores, reais e virtuais.
Reconhecendo essa importância, o NCE – Núcleo de Comunicação e Educação da USP vem integrando a programação do USP Escola há 4 edições, oferecendo o curso de 40h: Educação Midiática e Práticas Educomunicativas, nas dependências do CCA (Departamento de Comunicações e Artes da USP).

O curso é resultado da colaboração do CCA e de integrantes do NCE e dos cursos de Educomunicação oferecidos na ECA/USP: Licenciatura em Educomunicação  (http://www.cca.eca.usp.br/educom) e Especialização em Educomunicação.
Nesta edição, mais uma vez serão oferecidas oportunidades de estudos teóricos /metodológicos a partir (e sobre) a Educomunicação, com o desafio de vivenciar também práticas mesmo que rapidamente.

As oportunidades visam a servir de fomento para inovações e transformações pelo professor participante em sua práxis diária do ensino. O curso traz referencias sobre a epistemologia da educomunicação, aspectos sobre algumas vertentes da educação midiática (prof. Dr. Claudemir Viana); e traz alguns temas transversais importantes para a educomunicação como a Educomunicação socioambiental (profa. Dra. Carmen Gattas), a produção midiática de audiovisual na escola (Especialista Saulo Santos), a cultura do cinema e a pratica do diálogo nos processos educativos (profa. Dra. Claudia Mogadouro), Gestao de projetos na cultura digitral – ferramentas e aplicações com o Google Drive (Raira Torrico e Carla Tenorio, alunas da Licenciatura em Educomunicação), Jornal no Ensino (prof. Ms Claudio Messias), e equipe de pesquisadores bolsistas do NCE, Bianca e Tiago, do projeto de organização do espaço e do acervo do núcleo.
Entre as atividades, a educomunicação teve mais espaço e reconhecimento com o convite feito pelo Grupo Gestor do 11º. USP Escola ao nosso querido prof. Ismar de Oliveira Soares para integrar a mesa de abertura do evento, que trouxe o tema Base Nacional Curricular Comum na última segunda (11). Os demais convidados foram  Anna Altenfelder – CENPEC – Educação , Cultura e Ação Comunitária, e da profa. Katia Varela (SEESP) que integra o Grupo de Gestão do USP Escola, e ainda de Ricardo Cardozo – Coordenador Geral do Ensino Médio-MEC. Todos abordaram aspectos importantes sobre a pre-proposta para Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Professor Ismar durante cerimônia de abertura do 11° USP Escola
Na abertura foram apresentadas sistematizações trazidas pelo prof. Ismar quanto ao campo das interfaces comunicação/educação como questão presente/ausente no pré-projeto do BNCC. E, a partir do paradigma da educomunicação, Ismar demonstrou como se faz necessária a ampliação e o aprofundamento destes aspectos, ainda mais quando se trata de elaborar diretrizes para uma política pública nacional em educação, de  maneira legitima e participativa, coerente e eficiente para atingir seus objetivos.
Em seguida, o debate avançou com o que apresentou a Profa. Dra Anna Alternfelder, superintendente do CENPEC (http://www.cenpec.org.br/), instituição da sociedade civil comprometida com a educação pública e de qualidade, a propósito de estudos e pesquisas a respeito do tema bem como a partir de fóruns de debate e discussões com professores das redes públicas e particulares, profissionais especializados em currículo e outros âmbitos de uma política pública em educação.
O debate contou também com alguns dos resultados do trabalho do Grupo de Gestão do USP Escola, constituído por professores atuantes nas escolas públicas do Ensino Básico da região, e os coordenadores do projeto, professores e funcionários da USP, sobretudo do Instituto de Física e parceiros na promoção do Programa do USP Escola. Desde o 2º. Semestre de 2014 o NCE integra o grupo de gestão a convite dos coordenadores do projeto e tem procurado participar de maneira colaborativa no fortalecimento e ampliação das ações do projeto.

A profa. Katia Varela apresentou questões de interesse dos professores, como dúvidas e interpretações sobre a BNCC e o movimento que vem ocorrendo de debate público, resultantes do dialogo em redes sociais e troca de informações promovidos pelos professores do GT.
Por fim, outro convidado muito importante para aprofundar a compreensão sobre o que é – e o que pretende ser – a BNCC ( http://basenacionalcomum.mec.gov.br), foi o prof. Dr. Ricardo Cardozo, coordenador Geral do Ensino Médio do MEC. Ele representou a equipe do diretamente envolvida nos trabalhos de elaboração da pré-proposta, e agora na gestão dos processos e oportunidade de debate público a respeito, por meio do uso de plataforma.
Ricardo Cardozo e sua equipe trabalham para desenvolver outras formas de participação na formulação da BNCC. Por exemplo, debates de outros formatos como videoconferência, entrevistas na mídia educativa e comercial, e em eventos e encontros com grupos interessados e envolvidos com esse tema, a exemplo de grupos de professores e pesquisadores de Universidades e demais Instituições de Pesquisa e Ensino Superior, seja de outros tipos de grupos da sociedade civil.

Neste sentido, o prof. Ricardo esclareceu mais a respeito do pré-projeto de BNCC e de como se pode participar e colaborar nesta etapa de construção coletiva, bem como das próximas etapas já vislumbradas, como o de divulgação científica e divulgação social, capacitação para sua compreensão e aplicação nos diversos contextos educativos, formais ou não.
A Educomunicação continua presente no 11º. USP Escola também em outras atividades que integram o projeto, como, por exemplo, o debate realizado  Emoção, esclarecimentos e muita esperança foram sentimentos presentes entre os participantes do debate sobre a Reorganização escolar e o movimento dos estudantes paulistas. Os encontro permitiu esclarecer muitos aspectos sobre princípios, propostas e objetivos apresentados pelo governo do Estado de São Paulo para a reorganização da rede estadual de ensino; e também sobre o protagonismo político e a gestão colaborativa executados pelos alunos secundaristas diretamente envolvidos na ocupação das escolas em resposta ao projeto e a como está sendo imposto a toda rede pública estadual de ensino.
Para isso, contou-se com Claudia Petri, Gestora de Projetos do CENPEC – Educação Cultura e Ação Comunitária que apresentou resultados de estudos sobre esta proposta do governo e em comparação à reestruturação realizada em 1995-98 pelo mesmo governo; e contou com a participação do estudante Ivysson Luz, do 3o. ano do Ensino Médio da EE Cons. Crispiniano, na cidade de Guarulhos.
Na foto, da esquerda para direita, Ivysson Luz, Claudia Petri, prof. Claudemir Viana (coord. NCE) e a profa. Vera Henriques, uma das organizadoras do USP Escola e fundante deste projeto.

O depoimento de Ivysson Luz foi ápice do debate da manha em vários momentos. Em alguns deste momentos, o estudante foi aplaudido em pé pelos presentes, em reposta à grandiosidade e preciosidade que significaram seus relatos sobre como os estudantes secundaristas da EE Cons. Crispiniano, chegando muitos presentes às lágrimas certamente por constatarem que a transformação da escola, sobretudo da rede pública na qual atuam, é possível sim de se dar pelas nossas próprias mãos, a exemplo do que os estudantes representados por Ivysson, assim como todos seus colegas de escola, demais estudantes e professores parceiros nesta rebelião positiva, que utilizou-se do diálogo e da gestão colaborativa, que soube explorar as relações democráticas, horizontais e respeitosas entre eles, para construir novos caminhos, outras formas de ser e estar no mundo e de nele agir para e na construção de uma vida melhor para todos. Respondendo a uma pergunta de professor da plenária sobre como fizeram isso, Ivysson foi muito claro: conversando, dialogando, fazendo tudo de maneira transparente e coletiva, ou seja, de maneira muito condizente com o que a Educomunicação como área do conhecimento e paradigma de vida vem oferecendo em subsídios à sociedade para seguir neste caminho

11º USP Escola: Educomunicação é referência nos debates sobre Base Nacional Curricular Comum

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