O Seminário Avançado “Educomunicação na práxis social: perspectivas epistemológicas em debate, na Europa e no Brasil” ofereceu a pesquisadores de diferentes regiões a oportunidade para debater, refletir e conhecer o que vem sendo realizado internacionalmente na interface Comunicação/Educação.
O evento reuniu participantes de diversas regiões, não só do Sudeste, como do Nordeste, Sul e Centro Oeste, e contou com representantes da América Latina, como do Peru e da Argentina, e, ainda, da Europa, como a Espanha.
Em contato com alguns dos participantes, eles ressaltaram a importância dessa troca entre aqueles que buscam a Educomunicação como forma de promover a transformação em suas respectivas áreas de atuação.
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A práxis social foi um dos principais temas de debate ao longo do evento, que apresentou um panorama histórico da educomunicação e o que vem sendo realizado na prática nas diferentes áreas de intervenção.
Atualizar-se, adquirir novos conhecimentos, conhecer experiências educomunicativas, debater as conquistas e também refletir sobre as dificuldades, além da oportunidade de fazer novas amizades, e com pessoas que buscam um ideal em comum foram os principais pontos destacados por aqueles que marcaram presença no evento internacional.
Para o educador social Danilo Vaz Ribeiro, da Rede Marista de Solidariedade, de São Paulo, o seminário foi enriquecedor. “Eu acredito que conseguimos identificar a Educomunicação em várias áreas e linguagens e, ainda assim conectada, tanto na academia quanto na práxis. O encontro nos deixou um legado, que é justamente estes campos de ações. Se, de uma forma eu já atuo dentro da prática, percebi a necessidade de formalizar os estudos teóricos da Educomunicação no intuito de continuar contribuindo para esta linguagem de ponta a ponta”, afirma.
Isys Helfenstein Remião, da Universidade Federal do Paraná, compartilha da opinião.“Sem dúvida, é importante ter esse espaço, gosto de participar, pois esses eventos geram a oportunidade de conhecermos várias pessoas de outros países e regiões e ver o que eles estão fazendo. O Ismar Soares fala da Educomunicação possível, aquela que transforma o ambiente, a escola, a comunidade, e esta é a riqueza deste seminário, quando ele traz diversas perspectivas desse conceito ao ressaltar as experiências que contribuem para a formação do profissional e da Educomunicação”, analisa.
Para a publicitária Jakeline Lira Gomes de Magalhães, do Recife, que atua na Rede Salesiana de Escolas e apresentou o trabalho “Escolas salesianas e projetos educomunicativos: outros sentidos da experiência escolar secundária”, o evento foi, em sua opinião, uma “injeção de ânimo”. “É muito bom ver e sentir-se identificada com tantas pessoas, que mais do que pesquisadores, professores e profissionais da educação ou da comunicação ou educomunicadores querem colaborar e colaboram ativamente na construção de um mundo melhor. Vi pessoas de diferentes idades, mas com brilho nos olhos e a certeza de que o que já fazem ou pretendem fazer não vai morrer empoeirado nas prateleiras das bibliotecas. Senti-me entre amigos, acolhida. Acredito que quem toma profissão como missão e acredita nos conceitos que desenvolve, integrando teoria e prática, os vive desde a forma como cria relações e dialoga”, aponta.
Participações especiais
A professora Bettina Martino, codiretora do Centro de Estudos, Investigação e Práticas em Comunicação e Educação da Universidade Nacional de Cuyo, em Mendonza, na Argentina, marcou presença a fim de enriquecer suas investigações em temas que interligam a Educação e Comunicação. Ela se sentiu maravilhada com o seminário avançado, elogiou a organização e ressaltou a contribuição do evento para os seus estudos.
“O nível das conferências pela manhã; e, à tarde, o espaço de intercâmbio; tudo foi muito interessante pela possibilidade de elaborar conclusões em grupo e compartilhar propostas em comum. Tudo foi proveitoso para a minha área de desenvolvimento, e destaco as discussões a respeito das questões teóricas e epistemológicas em relação à Educomunicação e Educação Mediática. E, ainda, a necessidade de sua inclusão nas políticas públicas e especialmente a reflexão destes espaços como espaços políticos. Tudo que pude compartilhar e aprender me servirá especialmente para o meu trabalho do Centro de Estudos, Investigação e Práticas em Comunicação e Educação de minha faculdade”, finaliza.
Fotos: Conferências pela manhã e exposição de experiências educomunicativas pela tarde atendem às expectativas dos participantes