Resultados do ‘Seminário Educomunicação na Práxis Social: Perspectivas epistemológicas em debate, na Europa e no Brasil’

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  • O evento
O Seminário Educomunicação na Práxis Social: Perspectivas epistemológicas em debate, na Europa e no Brasil” foi realizado nos dias 29, 30 e 31 de agosto, na Escola de Comunicações e Artes (ECA), da Universidade de São Paulo (USP), nos períodos da manhã e da tarde. A iniciativa reuniu estudantes, pesquisadores e educomunicadores para debater sobre o campo da Educomunicação, suas interfaces, suas contribuições e atuações tanto em nível nacional quanto internacional. O evento integra as atividades de comemoração dos 50 anos da ECA  e foi promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação (PPGCOM) e pelo Departamento de Comunicações e Artes (CCA) da ECA/USP, com o apoio do NCE/USP e ABPEducom.

Clique aqui e confira o álbum de fotos do evento, no clique de @Vanessa S Só S



  • Público participante
O Seminário contou com 123 participações de um total de 130 inscritos, o que apresenta uma alta taxa de assiduidade, ainda mais por ser um evento gratuíto. Deste total de participantes, alguns vieram de dez Estados do país (São Paulo, Ceará, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco, Mato Grosso). Contou também com participações estrangeiras, como as do professor José Aguaded (Universidad de Huelva, Espanha) e da professora Bettina (Universidad Nacional de Cuyo, Argentina), que, inclusive, apresentaram trabalhos. Leia mais em: http://nce-usp.blogspot.com.br/2016/09/participantes-destacam-importancia-de.html.


  • Temáticas em debate
Além dos quatro painéis de debate com convidados especiais, que abordaram temas relacionados ao paradigma da Educomunicação e à história sobre a formação do campo comunicação/educação, foram realizados 12 Grupos de Discussão com debates temáticos no período da tarde, que reuniram em média 25 a 30 participantes. Os grupos tiveram a apresentação de resumo executivo de 44 autores, cujas propostas foram aprovadas e agrupadas por temáticas convergentes. Ao final de cada discussão, a comissão organizadora produziu uma síntese, que foi apresentada na última mesa de debate, no encerramento do evento, e que será tratada a seguir.


Os três debates temáticos realizados nas manhãs reuniram 196 participações, com destaque para o primeiro dia, com 79 educomunicadores discutindo a temática “Educomunicação: perspectivas epistemológicas em debate”. Todos os 12 painéis contaram com 217 pessoas, o que teve uma maior participação foi o Grupo 7 –  Literacias de Mídia e Informação, com 26 participantes. O encerramento do evento, que ocorreu na noite de quarta-feira, foi conferido por 65 pessoas.


O Seminário promoveu encontros e diálogos entre 123 participantes durante os três dias de evento, superando as expectativas, pois foram oferecidas, até então, 115 vagas. Esta participação efetiva indica que a Educomunicação está e deve continuar em discussão, por meio de eventos como este, que revigoram as utopias e aproximam as pessoas e as suas relações.


A avaliação sobre o aproveitamento do Seminário é muito positiva por parte dos participantes, e também na perspectiva de seus coordenadores, professores Ismar de Oliveira Soares e Claudemir Edson Viana. Clique aqui e leia mais sobre essa perspectiva.

Durante o seminário, usamos a hashtag #educompraxis para publicar nas redes sociais. Pesquisa por ela e encontrará mais conteúdo do seminário! 🙂 😉 p) 

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Sínteses dos Grupos de Discussão


Nas três tardes do Seminário, foram organizados 12 Grupos de Discussão sobre temas relativos à Educomunicação e a partir da participação de trabalhos selecionados pelo conselho científico do evento e da apresentação de resumo executivo elaborado pelos presentes. Cada grupo contou com um articulador, que teve a tarefa de organizar com os debatedores uma síntese da discussão, que foi apresentada na última mesa do Seminário, na noite da quarta-feira, dia 31 agosto.


As 12 sínteses foram organizadas em quatro grupos de acordo com temas convergentes. Abaixo, seguem as sínteses de cada assunto bloco temático:


  1. Protagonismo  Infantojuvenil
O tema Protagonismo  Infantojuvenil reuniu as sínteses de dois Grupos de Discussão (Grupo 1 – Comunicação e participação: o protagonismo midiático infantojuvenil; Grupo 6 – Educomunicação, protagonismo infantojuvenil pela expressão comunicativa audiovisual). Destacou o fortalecimento da discussão teórica sobre o que é Educomunicação; audiovisual como estratégia para diálogos interculturais e transformações que possam provocar mudanças no contexto.
Uma linguagem que pode provocar narrativas !identitárias. Criar escutas sensíveis, abertas e qualificadas do outro, criança/adolescente sobretudo. Esteve entre as avaliações a importância de estreitar as redes e capacitar a si mesmos para propiciar espaços de capacitação dos envolvidos nos eventos voltados à Educomunicação. Observar se a nossa preocupação é a mesma das crianças e adolescentes. Valorizar o potencial da criança como mediadora. Questionar-se em como criar ações para que as pessoas sejam protagonistas; preocupar-se com o processo, mas sem perder o foco no produto no qual as pessoas envolvidas se reconheçam e se valorizem. Promover mais parcerias entre universidades e projetos com escolas. Incentivar o renascimento da infância a partir da Educomunicação. Análise crítica do papel das tecnologias ao longo da infância na pós-modernidade. Reflexão sobre o papel da mídia como agência educadora, sobre a qualidade dos produtos midiáticos, a violação do lugar da infância nesses produtos e a participação entendida como direito humano.Tratar a Educomunicação como processo comunicativo, metodologia de trabalho e política de comunicação/educação. Expansão/crescimento do potencial subversivo dessa área de conhecimento. Expansão da noção de tecnologia para além dos media para incluir processos comunicativos (a invasão dos secundaristas nas escolas), os meios de comunicação alternativos, dentre outros.
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Núcleo reuniu os GT 1 – Comunicação e participação: o protagonismo midiático infantojuvenil e GT 6 – Educomunicação, protagonismo infantojuvenil pela expressão comunicativa audiovisual


2. Suporte Digital
O tema Suporte Digital foi central em dois grupos (Grupo 3 – Suporte Digital e práticas educomunicativas; Grupo 7 – Literacias de mídia e informação) e apontou os seguintes aspectos: sobre a questão terminológica sobre a literacia e o seu uso em diversos contextos e as diferentes classificações que a Unesco atribui à MIL (Mídia Information Literacy); potencial gerador e utilizador de conteúdos na perspectiva do internauta criança/jovem; análise de projetos de capacitação em programação de computadores baseados em três eixos – ciência da informação, tecnologias da informação e literacias digitais; avaliação de competências midiática organizacional; estudo do desenvolvimento de competências midiáticas com referências de paradigmas como o holístico, o ecosófico e o complexo. Conclui-se com dois importantes aspectos a destacar:  (a) a convergência entre as análises desenvolvidas pelos pesquisadores da Escola do Futuro (ECA USP), com as categorizações propostas pelo Unesco no enfoque MIL (Mídia Information Literacy); (b) a busca de uma aproximação com abordagens mais voltadas para a formação dos educadores e contextualização das mídias no currículo, enfatizando o seu enfoque relacional e menos as suas implicações puramente tecnológicas.


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Núcleo reuniu os GT 3 – Suporte Digital e práticas educomunicativas e GT 7 – Literacias de mídia e informação


3. Educação e Políticas Públicas
Outro tema convergente foi o da Educação e Políticas Públicas. Esta temática este presente nos Grupos  2 – Projetos Inovadores em Educomunicação, 12 – Práticas educomunicativas no espaço da educação, 9 – Educomunicação e políticas públicas. Podemos ter como síntese das discussões nestes três grupos a seguinte lista de questões: importância do conceito de ecossistema comunicativo em ambiente dialógico; potencialização das habilidades dos professores, estímulo ao protagonismo do professor e do aluno; promover a escuta dos envolvidos; maior atenção ao processo comunicativo; licenciado em educomunicação também é um professor; fundamentos nas práticas educomunicativas de diálogo e linguagens; em diferentes espaços educativos; troca experiências entre sujeitos; vivências de outras formas de aprender e ensinar; envolvimento da família e entornos da escola; contemplar espaços não formais e informais de educação nas políticas públicas; mapear, sistematizar e divulgar as práticas educomunicativas para inspirar iniciativas; interlocução entre universidades e várias agências da sociedade; inserir o debate da educomunicação em espaços de gestão intersetorial de políticas públicas; identificar práticas não reconhecidas como educomunicativas mas que possuam princípios que dialogam com o paradigma da educomunicação; pesquisador com postura de contribuinte e corresponsável no compartilhamento de conhecimentos; fortalecimento da extensão em educomunicação; diálogo mais próximo com as redes privadas de ensino.
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Núcleo reuniu os GT 2 – Projetos Inovadores em Educomunicação, GT 12 – Práticas educomunicativas no espaço da educação e GT 9 – Educomunicação e políticas públicas
4. Epistemologia da Educomunicação
Num grupo maior em torno do conhecimento em Educomunicação, que intitulamos de Epistemologia da Educomunicação, integramos cinco subgrupos, que abordaram os seguintes temas: A Educomunicação na pesquisa acadêmica no Brasil; Educomunicação na América Latina; Educomunicação no espaço das artes; A educomunicação no ensino superior de pedagogia e comunicação; A educomunicação no ensino superior de pedagogia, comunicação e saúde.


Neste último grupo foram assuntos de destaque trabalhos que buscaram mapear as pesquisas em Educomunicação no contexto nacional e regional, como a região Sul do país. Das apresentações surgiram questionamentos ao professor Aguaded sobre: (1) em que medida ele avalia que a Educomunicação possui uma epistemologia própria e consolidada que permita desenvolver com maior rigor os estudos na área? (2) A linha dos estudos conceituais do campo possui o desenvolvimento suficiente? Se não, como incentivar estudos deste tipo?


A nomenclatura foi objeto de outros questionamentos, tais como: A pluralidade conceitual-terminológica no campo da comunicação/educação é rica? Ou deve-se buscar a unificação em torno do termo “Educomunicação”? Como fortalecer um campo sem unidade conceitual e terminológica? A ideia da promoção da cidadania é denominador comum das experiências latino-americanas e européias em relação à prática/reflexão sobre Educomunicação; devem ser incentivados os diálogos e a colaboração entre pesquisadores e europeus para maior intercâmbio dos conhecimentos produzidos sobre comunicação e educação; encontrar outras formas de colaboração.


Ainda quanto à epistemologia da Educomunicação, foram debatidos temas como a estimulação ao pensamento em rede, política e ideologicamente engajados nos contextos latino americanos; como ampliar os espaços de diálogo entre Brasil e restante da América Latina? Constatou-se que é preciso trabalhar nas brechas e dialogar com o proibido, com o sistema criticado, para identificar e ampliar os espaços de parcerias estratégicas que viabilizarão ações educomunicativas mais fortes; ampliar e fortalecer grupos e coletivos dedicados à comunicação popular; incluir definitivamente na produção acadêmica as vozes das “periféricas”; mapear as cátedras e núcleos de estudos na América Latina para construir uma cátedra em Educomunicação; difundir a ação orgânica e a intencionalidade em potencializar as articulações entre sujeitos como princípios e objetivos da Educomunicação; práticas que promovam a participação cidadã e empoderamento dos sujeitos (indivíduos e sociais).


É necessário concentrar atenção nas inter-relações entre arte e Educomunicação; explorar as possíveis formas de entender os processos comunicativos pelas artes; contextualizar práticas artísticas na base teórica da Educomunicação; arte como um dos elementos potencializadores das intervenções educomunicativas; abordagem humanística e cultural favorecida pelas artes; convergências de saberes da arte-educação e da educomunicação; expressões artísticas com caráter transformador precisam ser reconhecidas como conhecimento científico.


A Educomunicação ainda aparece mais nos cursos superiores de maneira transversal ao currículo e a depender de iniciativas isoladas de professores; a Educomunicação sofre resistências por parte de alunos, professores e gestores dos cursos superiores, como os de Pedagogia e de Comunicação; a Educomunicação toma um viés extensionista nas universidades; é preciso criar um ecossistema educomunicativo para se construir redes, parcerias e interdisciplinaridades; as práticas educomunicativas antecedem a sua epistemologia; importância em ampliar as pesquisas na área e mapear iniciativas em Educomunicação; levar esse paradigma aos cursos superiores para promover a expressão de personagens excluídas por meio de práticas laboratoriais da formação.


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Núcleo reuniu os debates A Educomunicação na pesquisa acadêmica no Brasil; Educomunicação na América Latina, Educomunicação no espaço das artes, A educomunicação no ensino superior de pedagogia e comunicação e A educomunicação no ensino superior de pedagogia, comunicação e saúde
Restam ainda algumas dúvidas:
1. É possível a práxis educomunicativa em estruturas conservadoras?
2.Quanto à Educomunicação e à sua interação com o mercado de trabalho, como implementá-la de forma eficiente e realisticamente?
3. Qual o papel das ONGs nas experiências de profissionais da Educomunicação?
4. Há a necessidade de mudanças de paradigmas (transdisciplinaridade)?


Participantes veem o evento como forma de promover o debate e a reflexão sobre o paradigma da Educomunicação


Os participantes ressaltaram a importância da troca de experiências entre aqueles que buscam a Educomunicação como forma de promover a transformação em suas respectivas áreas de atuação. A práxis social desse paradigma foi um dos principais debates ao longo do evento, que apresentou um panorama histórico desse campo de atuação e o que vem sendo realizado na prática nas diferentes áreas de intervenção que essa interface atua. Atualizar-se, adquirir novos conhecimentos, conhecer experiências educomunicativas, debater as conquistas e também refletir sobre as dificuldades, além da oportunidade de fazer novas amizades, e com pessoas que buscam um ideal em comum, foram os principais pontos destacados por aqueles que marcaram presença no evento internacional.
“O encontro nos deixou um legado, que é justamente estes campos de ações. Se, de uma forma eu já atuo dentro da prática, percebi a necessidade de formalizar os estudos teóricos da Educomunicação no intuito de continuar contribuindo para esta linguagem de ponta a ponta”, Danilo Vaz Ribeiro, da Rede Marista de Solidariedade, de São Paulo
“Gosto de participar, pois esses eventos geram a oportunidade de conhecermos várias pessoas de outros países e regiões e ver o que eles estão fazendo. O Ismar Soares fala da Educomunicação possível, aquela que transforma o ambiente, a escola, a comunidade, e esta é a riqueza deste seminário, quando ele traz diversas perspectivas desse conceito ao ressaltar as experiências que contribuem para a formação do profissional e da Educomunicação”, Isys Helfenstein Remião, da Universidade Federal do Paraná
“É muito bom ver e sentir-se identificada com tantas pessoas, que mais do que pesquisadores, professores e profissionais da educação ou da comunicação ou educomunicadores querem colaborar e colaboram ativamente na construção de um mundo melhor. Vi pessoas de diferentes idades, mas com brilho nos olhos e a certeza de que o que já fazem ou pretendem fazer não vai morrer empoeirado nas prateleiras das bibliotecas. Senti-me entre amigos, acolhida. Acredito que quem toma profissão como missão e acredita nos conceitos que desenvolve, integrando teoria e prática, os vive desde a forma como cria relações e dialoga”, Jakeline Lira Gomes de Magalhães, do Recife, que atua na Rede Salesiana de Escolas
“O nível das conferências pela manhã; e, à tarde, o espaço de intercâmbio; tudo foi muito interessante pela possibilidade de elaborar conclusões em grupo e compartilhar propostas em comum. Tudo foi proveitoso para a minha área de desenvolvimento, e destaco as discussões a respeito das questões teóricas e epistemológicas em relação à Educomunicação e Educação Mediática. E, ainda, a necessidade de sua inclusão nas políticas públicas e especialmente a reflexão destes espaços como espaços políticos. Tudo que pude compartilhar e aprender me servirá especialmente para o meu trabalho do Centro de Estudos, Investigação e Práticas em Comunicação e Educação de minha faculdade”, Bettina Martino, da Universidade Nacional de Cuyo, em Mendonza, na Argentina.


Evento é registrado por alunos da pós-graduação e do
Núcleo de Comunicação e Educação


Todo o Seminário foi registrado com a cobertura educomunicativa realizada pelos alunos da disciplina “Educomunicação e Cultura Infantojuvenil: do Convívio com a Mídia ao Protagonismo”, ministrada pelo professor Claudemir Viana, no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação da ECA/USP, e por estudantes que integram o Núcleo de Comunicação e Educação (NCE). Faça uma retrospectiva do evento acessando as matérias sobre os painéis e debates temáticos. As reportagens e imagens produzidas em alusão à iniciativa estão armazenadas no site do NCE, em http://nce-usp.blogspot.com.br/. As reportagens produzidas: Seminário “Educomunicação na Práxis Social” discute as perspectivas epistemológicas, na Europa e no Brasil Perspectivas epistemológicas em debate: análise a partir da produção autoral de protagonistas no campo Participantes destacam importância de eventos que discutem a práxis educomunicativa internacionalmente
Comunicação, Arte e Educação conduzem debates do Seminário Educomunicação na Práxis Social
Seminário Educomunicação na Práxis Social: Debates Temáticos exploram as diferentes áreas de intervenção da Educomunicação
‘Seminário Educomunicação na Práxis Social’: diálogos sobre Comunicação, Arte e a Educação
  • Canais de informação
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