Educomunicação: como desenvolver o senso crítico para as notícias falsas

Por Vivian Khatchikian, com a parceria de Lucas Ossoda, José Sales Neto e Marcos Blasques*
A vida na cultura digital está permeada por práticas de riscos e oportunidades. Há uma epidemia de notícias falsas e elas estão tendo influência até na vida e nas escolhas das pessoas. Se antes os boatos e as meias verdades se restringiam a veículos sensacionalistas, hoje elas circulam na internet e podem influenciar tomadas de decisões importantes, individuais que obviamente reverberá no âmbito coletivo, como exemplo, as eleições presidenciais.

Para combatê-las, governos, empresas de mídia e renomes da tecnologia como Facebook e Google têm desenvolvido ferramentas. No entanto, delegar a solução para a própria tecnologia não é suficiente, afinal, mesmo um “google” da vida pode nos levar a ciladas que não percebemos com notícias falsas.

Com o pressuposto de comunicar para educar e educar para comunicar, a Educomunicação auxilia a detectar esta onda de notícias falsas através do diálogo constante entre educomunicadores com seus locutores, alunos e professores, em busca do senso crítico.


Além de despertar para o senso crítico, o papel  da Educomunicação com apoio dos educomunicadores é também estimular e incentivar alunos e professores — no espaço educativo ou em sua própria comunidade — a criar seus próprios produtos de mídia, desenvolvendo projetos de jornal, televisão e rádio escolar.


Com isso, além de alimentar constantemente para o despertar deste senso crítico, colabora também para a utilização das ferramentas midiáticas de forma colaborativa e, sua divulgação na internet com consciência, ponderando  o que está sendo compartilhado, antes de apertar o botão de enviar.


Capa Livro Edicom 2.o - Aparici.jpgNa Caça ao tesouro promovido pelo NCE USP  foi lançado este enigma e através do livro “Educomunicação Para Além do 2.0” de Roberto Aparici navegamos nesta leitura em busca do conhecimento. A  infoexclusão caracterizada pela enchente de informações que empodera notícias falsas,  num mundo que caminha, mesmo que de forma desigual, para uma sociedade da informação com a alfabetização digital é de suma importância  o papel do educomunicador, porém como cita o Prof. Dr. Ismar de Oliveira Soares, “Educomunicação não é Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e nem Tecnologia da Educação ( TE ).  Pode ser as muletas, mas não as pernas”. Por essa razão a prática do diálogo que desperta para o senso crítico é fundamental para analisar notícias falsas.    


Os cinco pontos de partida para obter o senso crítico é :


1. Questione a origem da notícia – A primeira pergunta que o leitor deve fazer é : Qual o interesse ou perfil editorial de quem compartilhou a informação? Qual base ideológica está por trás do discurso e também incutido no próprio leitor ? Uma pesquisa americana mostrou que jovens de 15 a 27 anos tendem a acreditar em notícias claramente equivocada quando atestam algo em que já acreditam.

2. Desconfie dos autores – Notícias falsas são divulgados em sites feitos para parecer com portais já consagrados, verifique se outras mídias de renome divulgaram o mesmo dado.


3. Leia mais do que apenas a notícia – Boa parte das informações equivocadas são notícias verdadeiras, mas compartilhadas fora de contexto. Verifique a data e local que a informação foi divulgada pois muitas vezes a mesma notícia foi  desmentida ou ser lida de forma diferente dependendo do período em que foi publicada.


4. Analise o texto com cuidado – Os manuais de jornalismo tem diretrizes para não adjetivar absolutamente nada, se existe uma quantidade de exageros é um sinal claro que o compromisso com a exatidão das informações não prioridade além de questionar se o texto é notícia ou um texto opinativo.


5 – Considere os riscos antes de compartilhar – Espalhar uma informação é algo sério por essa razão, análise eticamente se o que você irá publicar é relevante para outras pessoas e acima de tudo, ter a confiança de que a informação é verdadeira, se não for, melhor não compartilhar.


*Texto de Vivian Khatchikian.
Aluna primeiro semestre Educomunicação ECA USP.
09/06/2017
Visita ao NCE realizada em 27/04 com aluno Marcos Blasques.

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