Após passar pela cidade de São Paulo, projeto educomunicativo chega em Campinas
Na última semana, entre os dias 14, 15 e 16 de maio, profissionais de Educomunicação liderados pelos professores Ismar de Oliveira Soares e Claudemir Viana completaram, na rcidade de Campinas, mais uma etapa do projeto Educom.Saúde, que consiste em dar formação para agentes de saúde do Estado em Educomunicação para criação de estratégias no controle de arboviroses, como a dengue.
Cerca de 80 agentes de saúde, representando 26 cidades da região de Campinas, São João da Boa Vista, Piracicaba, Sorocaba, Itapeva e Botucatu, receberam formação em Educomunicação com três dias de palestras e oficinas com enfoque nas linguagens educomunicativas para criação de ações de controle do mosquito da dengue. Os encontros eram divididos em dois turnos, sendo o primeiro com palestras pela manhã e o segundo com oficinas na parte da tarde.
O primeiro dia contou com as palestras da Educomunicadora Maria Rehder e do professor Ismar de Oliveira Soares. Rehder, que também é vice-presidente da ABPEducom (Associação Brasileira de Pesquisadores e Profissionais em Educomunicação), falou sobre sua trajetória dentro da Educomunicação dando exemplos de seu trabalho na Guiné-Bissau e na UNESCO. Já o professor Ismar fez um panorama geral da história da Educomunicação e trouxe exemplos de projetos consagrados, como o Educom.Rádio, que atendeu mais de 450 escolas do município de São Paulo alterando drasticamente os casos de violência e evasão escolar.
As palestras seguiram nos dois dias restantes com a fala de especialistas em Educomunicação da ABPEducom e do NCE, como o professor Marciel Consani e Daniele Prospero. Consani abordou pesquisas na interface Educomunicação e Saúde, enquanto Prospero trouxe sua experiência no planejamento de projetos educomunicativos. Além disso, Nicole Leão falou sobre o Canal Saúde, um projeto da Fiocruz que visa divulgar, por meio de produções audiovisuais, ações ligadas à saúde.
As oficinas
Os agentes de saúde foram divididos em cinco oficinas que tinham como tema exemplos de possíveis linguagens educomunicativas para se trabalhar com o controle de arboviroses. Cada oficina trabalhou uma linguagem diferente, sendo elas: Artes, Aplicativos, Fotografia e Audiovisual, Jornalismo e Redes Sociais. Pesquisadores e colaboradores do NCE foram os responsáveis por ministrarem os conteúdos das oficinas.
O principal objetivo dos encontros é dar aos participantes condições de se tornarem incentivadores e multiplicadores de práticas educomuicativas voltadas para a saúde em suas cidades, encontrando parceiros e mobilizando agentes sociais. “As oficinas são um momento em que os agentes de saúde podem colocar a “mão na massa”, desenvolvendo um produto educomunicativo”, explicou Ana Beatriz Tuma, um das responsáveis pela oficina de jornalismo. “A expectativa, no nosso caso, é que os agentes de saúde incorporem a linguagem jornalística em sua prática de mobilização social no controle das arboviroses”, finalizou Ana que ainda salientou que os participantes de sua oficina conseguiram realizar um boletim jornalístico educomunicativo ao final do terceiro dia de oficina.
Michele Marques e Helena Málaga, ambas responsáveis pela oficina de Fotografia e Audiovisual, acreditam que as oficinas contribuem para a compreensão do processo comunicativo que estão envolvidos nas ações em prol de uma política pública. “A oficina traz elementos como leitura crítica da mídia, produção midiática contemporânea e processos coletivos de construção da informação, ressaltando a importância de partilhar saberes e experiências entre diversos agentes e comunidades envolvidas”, explicaram as especialistas em Educomunicação.
A novidade da etapa de Campinas foi a introdução do Instagram como ferramenta educomunicativa para a cobertura dos três dias de evento. Os participantes foram convidados a integrarem a equipe que administra a página oficial do Instagram do projeto Educom.Saúde (@educom.saude) e desafiados a postarem suas fotos. Os cerca de 80 agentes de saúde se mobilizaram e, com seus aparelhos celulares, postaram 87 fotos durante os três dias de palestras e oficinas.
“A ideia é que eles já sintam logo de cara como é uma experiência educomunicativa aliada às redes sociais”, contou Felipe Schadt, um dos responsáveis pela oficina de Redes Sociais que, no primeiro dia do evento, explicou para os participantes como utilizar o Instagram. “A resposta foi muito positiva e ver pessoas que temiam essa rede social por se achar velha demais para ela, além de colaborar com a cobertura educomunicativa, ainda saiu daqui com um novo espaço para criar e se relacionar”, finalizou.
Próxima parada
Nos dias 11, 12 e 13 de junho, a equipe de educomunicadores do projeto Educom.Saúde desembarca em Bauru para a terceira rodada de palestras e oficinas, dessa vez para agentes de saúde das cidades das regiões de Bauru, Presidente Prudente, Marília, Assis, Araçatuba, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, Araraquara, Barretos e Franca.
A exemplo de São Paulo e de Campinas, os encontros continuarão com o mesmo formato, com palestras na parte da manhã e oficinas no período da tarde. Espera atender cerca de 90 agentes de saúde que representam 17 cidades.