Com a participação do professor Adilson Citelli (esq.), integrantes da mesa Perspectivas epistemológicas em debate: análise a partir da produção autoral de protagonistas no campo. Foto: Helena Málaga |
No segundo dia de atividades do Seminário Educomunicação na Práxis Social, pesquisadores discutiram diferentes perspectivas e autores da interface Comunicação/Educação. O debate foi organizado a partir da análise da produção de autores protagonistas no campo.
No mesmo tom dos debates temáticos, o objetivo do encontro — mediado pelos professores Ismar Soares e Claudemir Viana — foi aproximar e integrar diferentes abordagens epistemológicas na construção da educomunicação.
Cláudia Mogadouro, doutora em Ciências da Comunicação pela ECA-USP, iniciou o debate apresentando as contribuições de Jesus Martín-Barbero para a educomunicação. Analisando as relações entre a teoria crítica e a perspectiva das mediações na obra do autor, Cláudia apresentou publicações, como Exercício do Ver (Travessa, 2004) e Comunicação na Educação (Contexto, 2014), que ajudaram a construção de uma perspectiva latino-americana da comunicação.
“Martín-Barbero valoriza a oralidade latino-americana em relação à cultura do livros na Europa. No livro Comunicação na Educação, em um notório e emocionante depoimento, ele reconhece Paulo Freire como teórico da comunicação e a centralidade deste autor numa perspectiva latina-americana, protagonista de sua própria história”, disse a pesquisadora.
Roseli Fígaro, doutora em Ciências da Comunicação e professora da ECA-USP, apresentou reflexões sobre a educomunicação a partir do trabalho da professora Maria Aparecida Baccega. “A palavra convive com a imagem, numa articulação dialógica na construção dos sentidos. A obra de Baccega, que me ajudou a entender as relações entre Comunicação e Educação, busca desconstruir a perspectiva que naturaliza palavras como hegemônicas nos meios de comunicação. A partir dessa ideia, o que se busca é construir sentidos a partir da disputa de narrativas e de como as palavras circulam nos meios de comunicação”, explica Roseli.
“Como pensar o sistema educacional, a escola, o discurso pedagógico exercitando nas salas de aula. considerando esse mundo fortemente mediado pela relações comunicacionais, na sua dupla face de sedução e desconforto?” Com a citação direta de Adilson Citelli, no livro ‘Comunicação e educação: a linguagem em movimento’ (Senac, 2000), Eliana Nagamini, professora da Faculdade Casper Líbero, apresentou a Educomunicação na perspectiva da Linguagem, na obra de Adilson Citelli, professor titular da ECA-USP.
“Na perspectiva da Linguagem, o diálogo ocupa lugar central para desenvolver novas percepções e sensibilidades para entender o fazer pedagógico”, disse Nagamini.
Convidado especial, o professor José Ignácio Aguaded, Universidad de Huelva, Espanha, discutir os resuldados de pesquisa realizada na Espanha sobre Linguagens e Tecnologias no universo da Educação Formal. Assista ao trecho da Intervenção de Aguaded:
Luci Ferraz, doutora em Ciências da Comunicação, encerrou as discussões apresentando a Educomunicação na perspectiva da gestão comunicativa nas pesquisas do Núcleo de Comunicação e Educação (NCE-USP) e Ismar Soares. A partir do referencial teórico desenvolvido nas últimas décadas pelo NCE, a pesquisadora apresentou projetos de intervenção da educomunicação na cidade de São Paulo, assim como as possibilidades de avaliação e gestão – parte da pesquisa de doutorado de Luci Ferraz.
Veja as fotos do encontro: